O RIBOMBAR DA BIGORNA

E AS RIMAS DA TRADIÇÃO

DEFINIÇÃO E CONCEITO

 

 “A prática do verdadeiro Kung Fu exige que os ensinamentos influenciem no dia-a-dia, em cada detalhe da vida do praticante”.

 

“O poder do adepto do Kung Fu repousa na habilidade e reflexo de se defender em situações ímpares e impossíveis”.

 

 

O que é Kung Fu? – Em primeiro lugar o que não é Kung Fu. Nada pior do que prejulgar, isto é, crer, demasiadamente cedo, sem verificação nem controle, que sabemos alguma coisa.

Não é ser, nem realidade. Nem ser absoluto, nem ser relativo. Uma “Ontologia do Kung Fu” seria um contra-senso. Não é nem essência, nem existência, pois não foi ensinado por Platão ou Aristóteles.

Não é pensamento. Não raciocina, nem mesmo julga. Não se arrisca a êrro algum; não esperemos dele nenhuma verdade absoluta.

Promoveram-no a método filosófico; mas cautela com os abusos da linguagem. Método é uma noção grega.

Classificaram-no como defesa pessoal, arte de guerra e esporte de combate, mas não enxergaram a fundo. Não podemos visualizar Alexandre o Grande da Macedônia responsabilizando o Kung Fu por suas conquistas militares na Ásia.

Não é um processo natural. Natureza, do latim nascor, significa espontaneidade vital. O praticante de Kung Fu não se aceita a si mesmo tal como nasceu, tal como viveria espontaneamente.

Eis, por contraste, o que ele é, segundo o que praticam e ensinam os Shifus (mestre-pai do conhecimento).

Uma prática: preparação para o que podemos vir a ser por obra própria, ou melhor: por certas maneiras de preparar-se a si mesmo. Um caminho de auto-realização.

Uma carreira, simultaneamente campo de ação e tarefa que se assume.

Tudo é Kung Fu. Poderíamos dizer que não podemos nos afastar de Kung Fu, do que podemos nos afastar não seria Kung Fu.

O Kung Fu segue padrões de moralidade, benevolência e devoção. Práticas doentias e maldosas tão comuns entre a humanidade não poderiam ser rotuladas de Kung Fu, pois fogem da prática da virtude. Então o que é Kung Fu?

Tal questão pode ser comparada a algumas outras como: o que é Balett? O que é Budismo? O que é Xadrez? O verdadeiro Kung Fu é uma arte especial e, assim sendo, não é definida nem rotulada. O Kung Fu é um estado de espírito, um pensamento, uma cultura popular, uma filosofia prática, um modo de viver. Transformar seu conteúdo em palavras é o mesmo que descrever a lua para um cego. O Kung Fu que pode ser explicado não é o verdadeiro Kung Fu. É, como a definição do Tao, é irrotulável.

Foram os ocidentais que desvirtuaram a expressão Kung Fu classificando-a simplesmente como arte marcial, apenas um esporte ou uma forma mortal de habilidade de luta. Nada poderia estar mais longe da verdade…

A expressão em chinês, no seu sentido original, significa habilidade, a perfeição de uma ou várias artes. Literalmente falando, homem suado, trabalho duro. Segundo os ensinamentos de Confúcio, um verdadeiro mestre de Kung Fu deve ser versado em filosofia, conhecedor da medicina interna, ter disciplina, boa conduta, harmonizar-se com o meio em que vive e finalmente ser capaz de defender a si mesmo e aos outros contra alguma espécie de ataque físico.

Ainda assim, se quiséssemos reduzir o Kung Fu ao seu menor denominador comum, ele se pareceria com o que o povo pensa que ele é – um método de defesa pessoal. E, muito embora o combate pessoal seja uma parte significante da técnica, essa arte marcial expandiu-se desses estreitos limites há milhares de anos. O principal responsável por tal transformação foi sem sombra de dúvida o Budismo.

O Kung Fu obteve sua maior evolução no interior dos mosteiros budistas chineses onde sua prática era estimulada como meio de proteção do templo, além de desenvolver a saúde dos monges. Os templos budistas eram locais geralmente construídos e mantidos pelo imperador e quase sempre se transformavam em centros de estudo do taoísmo, confucionismo, medicina chinesa, literatura, tradução de sutras em sânscrito além, é claro, do estudo da filosofia budista.

Quando o Kung Fu penetrou nos monastérios, ele se transformou completamente, incorporando características budistas. Hoje, o treinamento do Kung Fu recebe influências diretas da disciplina seguida nos monastérios, principalmente do Budismo Cha’n.

As práticas austeras dos monges como passar dias em meditação, treinamento em Yöga, comportamento diário e ético, longas caminhadas e o jejum fortaleceram o Kung Fu dando a ele métodos de disciplina mais poderosos.

A disciplina militar chinesa e a disciplina budista indiana são similares, apesar de terem objetivos diferentes. Ao unir as técnicas marciais milenares chinesas ao treinamento budista surgiu uma nova escola da tradicional filosofia chinesa: o artista marcial. Tudo o que conhecemos hoje por artes marciais modernas surgiram desse conceito.

 

A essência do Kung Fu Chinês

Considerado na atualidade como um esporte nacional, o Kung Fu é uma manifestação da herança cultural da tradicional cultura milenar chinesa, que foi enriquecido através dos séculos. Com seus movimentos elegantes, efetividade em combate e efeitos curativos, ele exerce grande atração sobre um grande número de pessoas.

Sua origem remonta a tempos pré-históricos, quando nossos antepassados usavam técnicas rudimentares de combate desarmado e instrumentos de pedra, madeira e ossos que lhes serviam de armas em guerras tribais e também contra o ataque de feras. A experiência adquirida em tais combates os ensinou a perceber que para vencer o inimigo, não bastavam armas melhores ou superioridade numérica, mas era necessário melhorar suas habilidades de combate mediante um duro treinamento nos tempos de paz.

Paralelamente, durante o processo de conquista e adaptação do meio ambiente ou de domínio sobre ele, foram estruturadas bases de uma “ciência” medicinal empírica, ou arte de cura, que compilava os conhecimentos intuitivos e as tradições herdadas dos ancestrais.

A teoria do Kung Fu é baseada hoje nas clássicas filosofias da China, enquanto as técnicas consistiam em várias formas de luta armada e desarmada.

 

O Significado de Wushu

“WuShu” significa literalmente “Arte da guerra” ou “Arte Marcial”. O caractere “Wu” significa guerra ou marcial (a palavra marcial é um conceito ocidental e vem do deus da guerra  Marte, da cultura Grega). O caractere “Shu” significa arte.

 

O ideograma “Wu” significa “guerra” e é formado pelos pictogramas “Ge” (alabarda) e “shiang” (parar). O caractere “Ge” é representado por uma figura de uma antiga arma longa de combate [que uns dizem ser a mais antiga arma de guerra da China  e se parece com uma picatera]. No passado tal pictograma representava a idéia de uma arma. Os antigos chineses quando diziam entrar em guerra com outro estado afirmavam: “levantar armas contra…” Então o caractere “Ge” também significava “guerra barata” ou conflito sem motivo ou honra. Portanto, “Wu” significa “parar a guerra”, e “Wushu” significa “a arte de parar a guerra, conter  ou dominar a guerra, ou mesmo a arte de dominar a guerra”.

Na Antigüidade, o Kung Fu era chamado de “Quan Fa”, ou seja, “Técnicas de Boxe”, ou mesmo “Quan Shu” ou “arte do Boxe”. Porém, o termo mais popular “Kung Fu” ou “Gung Fu” é relativamente novo – surgiu no final do século passado – e significa “Trabalho Árduo” ou Literalmente “Homem Suado”. Tal termo foi usado pelos operários chineses que trabalhavam nas estradas de ferro nos Estados Unidos e não sabiam com traduzir a palavra Kung Fu para os americanos.

Outra maneira de designar as Artes Marciais Chinesas são os termos “Wu Gong” que significa “Trabalho Marcial” ou “Kuo Shu” que significa “Arte nacional”.

Características do Wushu

1 – Devido à sua longa história incorporando diferenças culturais, ideológicas, regionalismos e costumes, o Wushu desenvolveu-se criando uma grande variedade de estilos e escolas. Alguns estilos enfatizam as mãos e técnicas de punho, outros o trabalho de pernas. Existem estilos que se utilizam grandes variações de movimentos, outros preferem a simplicidade. Há também os que  optam por um combate a longa distancia com chutes e golpes longos e outros que valorizam o contato fechado e curto. Tais variantes originaram-se devido a diferentes personalidades de praticantes e criadores, além das diferentes necessidades e objetivos. Alguns eram soldados e precisavam de técnicas de campo de batalha e armas de guerra, outros centralizavam seus métodos apenas em técnicas de defesa pessoal.

2 – O Wushu inclui o uso de muitas armas. Os ancestrais chineses batizaram o arsenal do Wushu de “as dezoito armas”, mas elas são muito mais, totalizando as “108 armas do Wushu”. A combinação de punhos e armas proporciona mais eficácia no combate, dando grande poder ao praticante. A utilização desses acessórios depende do estilo e da escola de Wushu. Existem armas dos camponeses armas dos monges e armas dos soldados.

3 – A combinação de ataque e defesa é a essência do Wushu. Tal combinação permeia todas técnicas de exercícios dessa arte marcial. Elas são demonstradas através da prática das formas, aplicações em aparelhos, combate simbólico e no combate real. A prática de formas implica num combate imáginário em tempo e espaço. Os mestres de Wushu sistematizam suas contradições técnicas de ataque e defesa estabilizando teorias e técnicas de combate criando estilos próprios.

4 – Os movimentos corporais não são o único foco em que o praticante deve se deter. No treinamento do Kung Fu, valoriza-se não apenas os aspectos de movimentos externos, mas também se enfatiza amplamente as técnicas internas, atitudes mentais, intelectuais, espirituais e desenvolvimento da vontade. A prática do Wushu não fortalece somente os músculos e ossos mas também os órgãos internos e a inteligência. O Wushu trabalha o lado externo e interno do ser humano, combinando-os perfeitamente, proporcionando a harmonia integral de corpo e mente. Esta é a principal proposta dos exercícios de Wushu.

5 – O efeito artístico e a utilização terapêutica unida à aplicação e eficiência marcial são as principais características do Wushu. Seus movimentos vigorosos e rápidos nos proporcionam saúde muscular, força óssea, saúde externa e seus movimentos lentos e concentrados nos dão maior foco mental, controle da respiração, calma e disciplina. Os movimentos dinâmicos e graciosos do Wushu formam um efeito artístico único nas artes marciais.

 

Funções

1 – Cultivo da Moral

O Wushu é uma prática humana que cultiva o comportamento, a etiqueta, a disciplina, humildade, polidez, sabedoria e desenvolvimento espiritual. Ela deve desenvolver as boas maneiras e conduta correta. A moral e a ética são fundamentos ensinados em todas as escolas de Wushu.

2 – Ataque e defesa

Os praticantes de Wushu dominam vários métodos de ataque e defesa armados e desarmados. Tais técnicas são  usadas somente para o propósito de defesa pessoal. Muitas técnicas de Wushu são utilizadas pela polícia chinesa em seus programas de treinamento.

3 – Efeito curativo

O mais conhecido estilo curativo de Wushu é o Taiji Quan. Ele nos dá maior controle emocional, equilíbrio, calma espiritual e revigora a energia vital. Porém, todos os estilos de Wushu nos oferecem efeitos curativos. Estes exercícios têm aplicações terapêuticas em doenças crônicas de muitos tipos, como bronquite, asma, reumatismo, estresses, depressão, artrose, artrite, síndrome do pânico, insegurança, entre outras enfermidades, além de agir também como um agente de prevenção a esses males.

4 – Aperfeiçoamento da Saúde

A prática dos exercícios básicos e das formas são grandes métodos para a melhoria da saúde. A prática constante promove o fortalecimento as juntas e ossos,  tonifica os músculos, flexibiliza os nervos e trabalha os órgãos internos. A geração de energia através dos saltos e pulos e o trabalho de pernas proporciona ao praticante força física aeróbica e anaeróbica.

O treino do Wushu durante toda a vida nos dá maior coordenação motora, equilíbrio e principalmente imunidade contra futuras doenças, fortalecendo o corpo e impossibilitando-o de se ferir facilmente. Essa arte marcial nos proporciona também mais longevidade e qualidade de vida.

5 – Efeito artístico

Os movimentos graciosos e altamente estéticos das artes marciais chinesas são heranças da ópera de Pequim e das apresentações artísticas de rua. O Wushu desenvolve grande expressão corporal, efeito artístico e impressão visual. Um bom exemplo disso é a dança do leão, a dança do dragão e a dança da bandeira. O praticante não deve somente dominar aplicações marciais mas também a perfeição dos movimentos e sua estética.

6 – Intelectualidade

Paralelamente aos árduos exercícios físicos o Wushu deve desenvolver a intelectualidade como o pensamento e o raciocínio rápido. Seus movimentos complicados desenvolvem coordenação motora e aumentam o poder de raciocínio do praticante. Os movimentos de artes marciais desenvolvem tanto o físico quanto o intelecto do praticante.  O Wushu  ajuda no aperfeiçoamento do sistema nervoso contribuindo também para o desenvolvimento intelectual das pessoas.

Classificando e Definindo

A prática do Wushu é incrivelmente vasta e profunda. Diferentes técnicas de punhos e armas têm suas características únicas e diferentes aplicações. O treinamento pode tomar diversos caminhos e métodos. Inúmeras técnicas e sistemas de treino são difundidos. Cada estilo tem métodos únicos e característicos que o identificam com facilidade. As técnicas incluem prática solo, prática em grupo, combate armado e desarmado, treino com armas, treinamento com aparelhos específicos, aplicações, Chi Kung e exercícios de fortalecimento e flexibilidade.

Prática individual – Tao Ren

A prática individual (Tao Ren – caminho da pratica do homem) é a base do treinamento do Wushu. Nela se encontram exercícios de movimentos básicos e habilidades introdutórias em geral. Alguns exercícios individuais desenvolvem capacidades físicas, outros desenvolvem a capacidade de controle da respiração e circulação do sangue e da energia. A prática individual se divide em exercícios básicos e movimentos elementares, exercícios de posição parada e equilíbrio, além das formas (rotinas pré-determinadas).

 

Exercícios básicos e movimentos elementares – Jibengong

Exercícios básicos incluem movimentos de ombros, braços, cotovelos, quadril e mãos, bem como o trabalho de pernas, chutes, saltos e pulos dos mais variados, movimentação, posições básicas, resistência corpórea, técnicas de punhos e mãos, equilíbrio. Eles são o sustentáculo de todos os praticantes de Wushu, sejam iniciantes ou  profissionais.

Exercícios de posição estática – Pin Heng Tong Zi Gong

Os exercícios de posições estáticas (Pin Heng-exercícios de equilíbrio e Tong Zi Gong – exercícios de resistência para jovens) é um dos métodos únicos da prática do Wushu. Ë usado para dar maior resistência e controle emocional ao praticante, fortalecendo os braços, tronco e principalmente as pernas. Os praticantes devem permanecer em posturas diversas durante longos períodos resistindo o mais que puderem adquirindo equilíbrio e resistência.

Formas – Tao Lu

As formas (Tao Lu – caminho do encadeamento) são métodos desenvolvidos por mestres ancestrais para imortalizar seqüências famosas praticadas pelo mesmo. O treinamento das formas nos desenvolve equilíbrio, coordenação, agilidade, explosão e nos capacita a memorizar infinitas combinações de movimentos armados e desarmados, tornando-os automáticos. Cada forma serve para determinados objetivos e metas.

 As formas embrionárias do Wushu se desenvolveram a partir do uso do corpo como arma de ataque e defesa em uma configuração que já podia rotular de “técnica” e que envolvia socos, chutes, agarramentos e arremessos. O uso de armas como a lança, machado, arco e flecha, escudo, sabre e alabarda seguiam a mesma diretriz.

A esse quadro, vieram somar-se estratégias militares. Assim, pode-se afirmar que o Wushu é fruto da capacidade intelectual adaptativa do homem, no seu contexto social e geográfico, resultando em atividade física com fins de autodefesa e profilático- terapêuticos, e visando o bem estar do indivíduo, o fortalecimento da vontade, o refinamento de suas habilidades e o enriquecimento de sua bagagem.

Ao longo da história da China, o Wushu se desenvolveu tanto entre militares e nobres como entre as pessoas simples. Durante muito tempo foi monopolizado, entretanto, pelas classes sociais mais altas (período escravocrata – século XXI a.C.), só vindo a conhecer maior expansão após o término daquele período (aproximadamente no século V a.C.) quando passou a ser difundido realmente entre as massas.

Nan Quan Bei Tui

A China é um país que possui uma imensa extensão territorial. Sendo assim, há diferenças marcantes no relevo entre as regiões do norte e do sul. Os estilos desenvolvidos no norte da China utilizam as pernas com rara eficiência, enquanto que as escolas do sul têm por predominância o uso dos punhos.

Nan quan bei tui é um conceito que surgiu desses fatos. A tradução mais correta seria Punhos do Sul, Pernas do Norte. Por viverem numa região montanhosa os habitantes do norte possuiam pernas fortes e desenvolveram maior habilidade nos membros inferiores, Já os moradores do sul, viviam nos pântanos, nas várzeas onde cultivavam principalmente arroz, habitavam em barcas atracadas às margens dos rios. Assim, precisavam manter o equilíbrio de forma precária e tornaram-se cultores do estilo onde predominava o uso de braços.

Existe uma infinidade de estilos, mas a base de todos (que se fundamentam no uso das pernas) é praticamente a mesma. O que varia é a maneira de praticar e aplicar as técnicas de combate.

Fatores que definem as diferenças dos métodos de Kung fu:

  1. Geografia
  2. Clima
  3. Política
  4. Nível sócio-econômico
  5. Cultura
  6. Religião
  7. História
  8. Inclinação pessoal por determinada(s) técnica(s)
  9. Definição de sexo (masculino ou feminino)
  10. Necessidade de adaptação
  11. Família
  12. Casta (camponesa, militar, religiosa, letrada, mercenária e andarilha)

Os diferentes praticantes que desenvolviam e transmitiam o Kung Fu na China antiga.

Kwok Yuen

No século XVI, um monge de nome Kwok Yuen ampliou os 18 exercícios originais de Boddhidharma para 72. Há grande difuculdade em se traçar uma data precisa da época em que Kwok Yuen viveu, mas os referenciais históricos situam-no entre a Dinastia Yuan (1268-1368) e a Dinastia Ming (1368-1644). Kwok Yuen era da provincia de Yen Chou e aprendeu os exercícios de Boddhidharma no templo Shaolin com auxílio do monge Hung-Yun.

Após criar a série de 72 movimentos, Kwok Yuen fez uma viagem pela China em busca do melhor dos estilos antigos de Kung Fu. Nesta jornada, conheceu um ancião chamado Li Ch’eng, na cidade de Lanchow, e o guerreiro Bai-Yu-Feng (discípulo do mestre Li Ch’eng), com quem treinou muito tempo.

Fruto dessa experiência, ao retornar para o mosteiro Shaolin, Kwok Yuen aumentou seus 72 exercícios para uma série de 170 e classificou-os em cinco grupos diferentes. Esses cinco grupos (estilos) deram origem ao que ficou conhecido como cinco animais ou Kung Fu de Shaolin.

“Sem Chi não existe força, sem Chi não existe Kung Fu. Um lutador que grita e lança sua mão com ferocidade, não tem verdadeira força em seu golpe. Um verdadeiro lutador não é espetacular, mas punho é pesado como uma montanha. Isso acontece por que ele possui Chi. Depois de muita prática o Chi pode ser focalizado sobre qualquer ponto de ataque que se deseja. A vontade domina o Chi, que pode ser direcionado instantaneamente para qualquer ponto do corpo atravéz da mente”.

(Kwok Wei)

 

 

 

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