O Kung fu envolve tudo, mas nem tudo envolve o Kung fu.

Se limita quem acha que Kung fu é apenas uma arte marcial, cheia de acrobacias e formas, o Kung fu envolve tudo, mas nem tudo envolve o Kung fu.

No Kung fu eu aprendi que não dá para nutrir sentimentos como hostilidade, ciúme, medo, culpa ou depressão, pois essas, são emoções tóxicas.
Aprendi também que onde há prazer, há a semente da dor, e vice-versa.
O segredo está no movimento, não ficar preso na dor, nem no prazer, pois ambos são sinônimos de vícios.
Não se deve reprimir ou evitar as dores e prazeres, mas sim, tomar responsabilidade sobre elas.
Aprendi que não adianta ter o maior conhecimento mundano, pois o que importa é, o que você faz com o que sabe.
Aprendi que não devemos confiar em nossos olhos, pois até da nuvem mais negra cai água límpida, até mesmo no poço mais fundo há água, ou seja, as limitações são fronteiras que só existem em nossa mente e cair não e fracassar, é recusar-se levantar.
Aprendi que fica sempre um pouco de perfume nas mãos de quem oferece flores assim como sempre fica suja a mão de quem pratica a violência.
Aprendi que não existe glória sem luta, muito menos, luta sem glória e, se quiser sorrir no campo de batalha, chore no WuGuan.
Por fim aprendi que o vazio compreende tudo e o tudo compreende o vazio, as coisas só tomam forma e significado a partir do momento que as atribuímos.

 

Henrique Giovanni

Lohan na minha vida


Entrei no Instituto Lohan em 2011. Nessa época, não tinha noção do que encontraria ali. Foi preciso, somente, um mês para que eu percebesse que o Instituto Lohan não é somente um lugar que ensina o tradicional Kung Fu chinês, mas também a cultura e a filosofia dessa arte milenar. Nesse  Templo Sagrado, valores como o respeito ao próximo, disciplina e paciência são exigidos e “ensinados” em cada detalhe.

Em 2014, eu me casei e, em 2016, tive um lindo filho e precisei me afastar do Templo. Amo demais a minha família, mas a saudade desse lugar era imensa e consegui voltar em Setembro de 2018.

Mesmo com minha vida muito mais corrida do que há 8 anos, não consigo me “desligar” do Lohan. O motivo? Quando encontramos um lugar onde tudo o que há nele transmite paz à nossa alma, esse lugar se torna o seu segundo lar.

O Kung-Fu nosso de cada dia

Quando uma pessoa fala de Kung-Fu a gente sempre imagina chutes fenomenais quase saídos de um filme, socos com força suficiente como para fazer concreto virar pó e claro monges de cabeça raspada meditando profundamente, tudo isso existe no Kung-Fu mas não é necessariamente o “Kung-Fu” mesmo.

O Kung fu se apresenta em todas as coisas que a gente faz, no nosso dia a dia, às vezes Kung-Fu é arrumar o próprio quarto, lavar a louça suja ou arrumar aquele banheiro que há tempos ficamos evitando.

Não adianta fazer uma forma perfeita ou aplicar um soco ou um chute corretamente se ainda não lavamos as roupas sujas, se ainda não limpamos o canil do cachorro ou não regamos as plantas do nosso jardim.

Muitas vezes pensamos que o treinamento começa num lugar especifico, num horário especifico, um dia especifico mas não, o treinamento começa quando acordamos de manha, abrimos os olhos e respiramos, quando encaramos as tarefas que se apresentam no nosso dia, quando encaramos aquela grande batalha que é a nossa vida, tudo é Kung-Fu, tudo é Zen, não adianta tentar salvar o mundo se ainda não conseguimos nem sequer arrumar o nosso quarto, Kung-Fu é postura, Kung-Fu é disciplina, Kung-Fu é tudo, Kung-Fu acontece o tempo todo durante a nossa vida toda, prestemos atenção para não perder aulas nem lições importantes.

Amituofo !!!

When a person talks about Kung-Fu we always imagine phenomenal movie like kicks, punches powerful enough as to turn concrete into dust and for sure shaved head monks deeeply meditating, all of this is part of Kung-Fu but is not “Kung-Fu” itself.

Kung-Fu is imbued in every thing we do, in our daily life, sometimes Kung-Fu is to clean your own room, to wash the dirty dishes or to repair that broken toilet that we have been avoiding since a lot of time ago.

It´s not enough to perform the a perfect form or to throw a kick correctly if we still didn’t wash our dirty laundry, if we still didn’t clean the dog’s house or if we don’t even water our Garden.

Many times we think that our training starts in a specific place, in a specific time, in a specific day, but don’t, our training starts when we wake up at morning and we open our eyes and breathe, when we face our daily duties, when we face that big battle that is our life, everything is Kung-Fu, everything is Zen, is not enough to try to save the world if we can not even clean our room, Kung-Fu is atitude, Kung-Fu is discipline, Kung-Fu is everything, Kung-Fu happens all the time, during our lifetime, so pay attention to don’t lose any class nor importante lesson.

Amituofo !!!

MEU CONTATO COM O INSTITUO LOHAN

MEU CONTATO COM O INSTITUO LOHAN

Primeiramente gostaria de agradecer nosso a mestre Luis Mello e por permitir que nós alunos pudéssemos compartilhar nossas experiências no templo e a história de como conhecemos o Instituto Lohan e de que forma a escola nos mudou.

Meu nome é Sergio Baldin de Oliveira, sou aluno do Instituto Lohan á quase 02(dois) anos. Não sou uma pessoa que gosta de contar muito sobre os problemas que já enfrentei em minha vida falo apenas o que acho que seja relevante. Como já sou membro da escola há algum tempo me sinto confortável para dizer quais foram os motivos que me fizeram a treinar Kung-Fu e porque escolhi ficar no Lohan.

No começo do ano de 2016, estava passando por uma situação complicada no meu ambiente de trabalho tanto eu como alguns colegas sofríamos constantemente assédio moral por parte de um de nossos superiores que gostava de humilhar e nos discriminar. Essa situação me acarretou muitos problemas psicológicos me deixando uma pessoa antipática, impaciente, intolerante, agressivo e sedentário sem querer sair de casa para nada ficando recluso de tudo.

Fui orientado por meus pais a procurar fazer alguma atividade física que pudesse me distrair e até mesmo me ajudar, como já havia praticado durante 01(um) ano Kung-Fu quando criança optei por fazer algo que eu já conhecia e comecei a procurar algumas escolas de artes marciais que ficavam próximo do meu trabalho foi quando vi um cartaz do Instituto Lohan próximo ao metro Liberdade e decidi marcar uma aula experimental.

Ao chegar para fazer aula no INSTITUTO LOHAN fui bem recepcionado não só pelos funcionários como também pelos alunos que me recepcionaram logo de imediato puxando assunto e me orientando em alguns exercícios. Fiz a aula experimental e me senti extremamente melhor não apenas fisicamente mais também mentalmente, após o treino me senti renovado como se os problemas tivessem sumido mesmo que por um instante.

A aula que tive foi tão boa que decidi me matricular por um ano inteiro e assim o fiz me matriculei por um ano e comecei a treinar no INSTITUTO de começo não agüentava muito fazer os treinos, pois eram bem pesados e exigiam força mental e física.

MUDANÇA:
Após algumas messes de treino comecei a perceber algumas mudanças em meu comportamento e algumas mudanças físicas, ao invés de fazer apenas duas aulas de 01(uma) hora durante a semana, comecei a fazer 3(três) aulas às vezes duas seguidas, voltei a ser uma pessoa simpática, paciente, compreensiva e não ficava mais agressivo. Essas mudanças também repercutiram no meu ambiente de trabalho onde fui elogiado por minha paciência e pregar algumas coisas que aprendi no INSTITUTO LOHAN também apreendi a tolerar certas situações.

Com o passar do tempo treinando bastante acabei a praticando não só o Kung-Fu Shaolim, mas também o Wing-Shum outro estilo de arte marcial chinesa que a escola oferece. Quanto mas treino mais resistência física eu ganho atualmente pratico 02(duas) aulas seguidas de uma hora na semana e uma aula de 2(duas) horas aos finais de semana.

O INSTITUTO LOHAN E SEUS MEMBROS:
Aos meus olhos não é apenas uma escola de artes marciais, diferente da maioria das escolas que após o treino vai cada um para o seu lado. O INSTITUTO LOHAN, propaga a algo que poucas escolas tem o chamado sentido da família onde os alunos cuidam um dos outros sempre com respeito, sinceridade e honestidade.

Os alunos mais velhos acolhem os alunos mais novos como irmãos e pelo que sempre vejo nas aulas é sempre o aluno mais experiente dividindo seus conhecimentos com os mais novos e os corrigindo quando necessário.

Lá conheci grandes pessoas de diferentes opiniões, diferentes religiões, diferentes países, cada um o qual tive o prazer de conhecer me ensinou o significado da amizade, lealdade, honestidade e o que é ser uma família.
Nossos irmãos mais velhos são nossos monitores estão ao lado de nosso mestre, eles nos guiam e repassam seus conhecimentos sanando nossas duvidas e nos corrigindo quando necessário para aperfeiçoamos nosso Kung-Fu.

O SHIFU

Como toda família o Instituto Lohan tem um patriarca no caso nosso Shifu que tem como significado de (mestre para toda vida). Nosso mestre Luis Mello é o responsável por essa incrível família que é o Lohan, além das aulas praticas que temos no dia-a-dia temos também a parte teórica onde ele senta conosco e nos tira algumas duvidas que temos sobre os exercícios praticados e nos ensina sobre o surgimento do Kung-Fu Shaolim e de que forma essa arte se propagou no mundo.

Nosso mestre nos passa seus conhecimentos de forma simples e de maneira eficaz, pois uma fez que aprendemos não esquecemos, é sempre simpático com todos seus discípulos e alunos ele os conhece um por um quando pode. Cada aula que temos e nos ensina sempre uma maneira de agir e sempre nos corrige para que possamos fazer certo as técnicas e exercícios e para que assim possamos dar continuidade a seu legado.

AGRADECIMENTO.
Atualmente estou para completar 02(dois) anos no INSTITUTO LOHAN e só tenho a agradecer pelo tempo maravilho que tive durante todo esse tempo e as pessoas incríveis que conheci pretendo continuar por mais um bom tempo na escola ao lado dos meus irmãos de treino e do nosso mestre.
A todos que cederam seu tempo para ler este depoimento muito obrigado.

Amituofó

Kung Fu e o Templo – Por que encontrei o Lohan

Templo Lohan – Velha Guarda – Praça da Liberdade

Meu nome é Marcelo Trincado e vou contar um pouco por que as coisas acontecem do jeito que devem acontecer para nós (apesar de as vezes não vermos isso)

Minha história com atividades físicas começam quase desde que nasci. Por necessidade e não por opção. Com 1 e 1/2 anos comecei a nadar e isso durou mais de 10 anos. Nesse tempo participei de muitas competições locais até nacionais. Com 11 anos não queria mais ter o estresse de treinamentos de competições, não era meu perfil, não gosto de perder e não gosto de ganhar.

Depois de 2 ano em casa sem treinar nada, minhã querida mãe me fez escolher uma outra atividade. Sempre gostei dos filmes do Bruce Lee, mas nunca havia pensado em fazer Kung Fu, naquele tempo, não havia internet para nos dar informações fáceis. Gostava muito dos filmes de luta, não pela luta, mas pelos valores. O herói luta contra o mal, contra a tirania, contra a injustiça. Na época, havia acabado de assistir na TV um filme que chama “Best of the Best” (acabei de ver na internet que é de 1989) e tratava-se de combates entre estilos de artes marciais em um campeonato entre EUA e Coréia do Sul. Na ultima luta, com os EUA precisando da vitória, o lutador de Tae Kwon Do americano tem a vitória nas mãos e perde propositalmente pois o lutador Coreano estava sem condições de combate, o americano acha mais nobre perder do que finalizar o seu adversário. Então, aos 14 anos, foi o que procurei e comecei a treinar Tae Kwon Do – ITF.

Foram 4 anos de treino e muitos campeonatos, que não gostava de ir, mas era dito que quem não participava não respeitava seu mestre e seu local de treino, então mais uma vez voltei as competições. Ganhei umas, perdi outras, mas continuava sem gostar da coisa.

Aos 18 anos parei para a faculdade de Educação Física, onde por fim, encerrei meu contato com a arte coreana e para não ficar sem treinar nada comecei a aprender capoeira. Não tive nenhum mestre formal, e nem treinava com dedicação, pois a maior parte do tempo era para trabalho e estudos.

Templo Lohan – Ensinamentos da Monja Sinceridade no Templo Zu Lai

Com a volta a vida aos 23, queria treinar artes marciais de novo. Mas, com mais facilidade de informações, decidi voltar a ideia original, Kung Fu. Nessa época tinha um amigo que era instrutor em uma escola. Por 3 vezes me levou para assistir uma apresentação. Por 3 vezes senti que não era algo verdadeiro. Boa técnica, muita velocidade, bonito de ver….mas o professor abandonou a sua aula e a sua turma para agradar e impressionar um potencial aluno novo. Não gostei. E também não queria treinar estilo de animais, sempre achei que ser humano deveria ter um estilo de ser humano (um pensamento juvenil).

Aos 24 anos, esse mesmo amigo instrutor, passou por uma academia na Liberdade e me levou um folder. Fui visitar em uma sexta-feira depois do meu horário de serviço. Ninguém parou para falar comigo direito, quase não haviam alunos (Eram somente 4), ninguém me falou do estilo. Só assisti uma aula completa do banco de madeira da entrada. Tudo fazia sentido. As imagens budistas, os armeiros, a construção chinesa, a dedicação do mestre e dos alunos. Na segunda seguinte fiz minha matrícula. Isso em 2004.

Em outro momento contarei como foi meu primeiro contato com o Sifu Luis Mello, o título será “Quando o entregador virou meu mestre”.

Por 4 ou 5 anos me dediquei o máximo nos treinos. Praticamente a semana toda, com treinos de média de 4 horas, entre Qi Gong e Shaolin, e após o treino, aprendíamos histórias, curiosidades, ensinamentos budistas e de Kung Fu. Sempre deixávamos o espaço como recebemos, limpo e organizado. Durante esse tempo, nunca fui obrigado a nada, e sempre que tinha necessidade de qualquer coisa como apresentações, gravações, transportar materiais, indiferente dos horários e dias da semana, sempre fiz com a maior satisfação.

Treinamento sempre foi duro. Lembro que as vezes, mais fortes do que temos hoje em dia. Shifu Luis nunca aceitou com tranquilidade, quem se dedicava com frouxidão. Kung Fu não é moleza, a vida não é moleza, se não conseguir colocar o Kung Fu na sua vida, passará a vida toda se sujeitando e fazendo tudo de forma preguiçosa e incompleta. O que fazíamos, não tinha que ser bom, tinha que ser perfeito. Se não aprendia no “amor” aprenderia com a “dor”. Suor e sangue faziam parte de alguns dias de treino, fadiga e desmaios, faziam parte de outros, mas não havia um dia, que não saíamos do templo Lohan sem a satisfação de termos feito o melhor.

Com o tempo minhas participações foram diminuindo devido as escolhas de vida como emprego, relacionamentos, atividades e estudo. Mas o Kung Fu que aprendi com o Shifu Luis nunca saiu da minha vida. Hoje sou um aluno esporádico que treina pouco por ter que cuidar de uma pequena (3>4 meses, com minha esposa que também treinava no Lohan), mas assim que tiver idade, estaremos os dois treinando juntos (ou os 3).

Tem muitas outras histórias do Lohan para contar. Mas essa, foi de como as coisas acontecem na minha vida do jeito que tinha que acontecer. Subconscientemente procuramos aquilo que precisamos. Eu precisava de disciplina, dedicação, confiança e respeito, e consegui isso no local que me ofereceu.

A família começou pequena (quando entrei tinham somente 4 alunos) e hoje está grande (mais de 100), mas o mais importante não é a quantidade de irmãos e irmãs, mas em saber que dentro do templo, somos todos iguais e queremos as mesmas coisas, o que não se vê nem nas famílias biológicas hoje em dia.

Templo Lohan – Apresentação Ano Novo Chinês no Templo Zu Lai

Iluminação a todos(as).

O Lohan na minha vida

Quando cheguei no Instituto Lohan cheguei procurando um lugar para me desenvolver como ser humano, um lugar para aperfeiçoar o que já sabia e aprender aquilo que ainda não sabia.

Foi uma grata surpresa achar no Instituto Lohan aquilo que eu achava o mundo tinha perdido, respeito, educação, honra e integridade são ,entre outras qualidades, os pilares fundamentais do Lohan. Soube nesse momento que tinha escolhido o lugar certo e que desde aquele momento a minha vida nunca mais seria a mesma.

Sendo estrangeiro o fato do Shifu Luis Mello ter me aceitado como aluno representa uma honra máxima, a felicidade depois de cada treino, as conversas antes e depois das aulas, todos e cada uma dos meus irmãos da Família Lohan hoje representam uma parte muito importante da minha vida o único que posso falar é: obrigado, obrigado pelos ensinamentos, pelo conhecimento, obrigado por me permitir vivenciar esse mundo fantástico que é o Kung-Fu.

Amituofo !

Cuando llegue al Instituto Lohan llegue buscando un lugar para desarrolarme como ser humano, un lugar para perfeccionar lo que ya sabia y aprender aquello que todavia no sabia.

Fue una grata sorpresa encontrar en el Instituto Lohan aquello que yo creia el mundo habia perdido, respeto, educacion, honor e integridad son, entre otras cualidades, son los pilares fundamentales del Instituto Lohan. Supe en ese momento que habia elegido el lugar correcto y que desde aquel momento mi vida nunca seria la misma.

Siendo extranjero el hecho de el Shifu Luis Mello haberme aceptado como alumno representa una honra maxima, la felicidad despues de cada entrenamiento, las charlas antes y despues de cada clase, todos y cada uno de mis hermanos de la familia Lohan hoy dia representan una parte muy importante de mi vida, lo unico que puedo decir es: gracias, gracias por las ensenãnzas, por el conocimiento, gracias por permitirme vivir ese mundo fantastico que es el Kung-Fu.

Amituofo !

When I arrived to Lohan Institute I arrived looking for a place to develop myself as a human being, to improve what I already knew and to learn what I still didn’t know.

It was a great surprise to find in Lohan Institute that what I thought the world has lost, respect, education, honour and integrity are, among other qualities, the corner stones of Lohan Institute. At that moment I knew that I had chosen the right place and that since that moment my life wasn’t going to be the same anymore.

As a foreigner the fact that Shifu Luis Mello accepted me as a student represent the maximum honour, the happiness after every training session, the talks before and after every class,  every single one of my brothers from The Lohan Family nowadays  represent a very important part of my life, the only think I can say is: Thanks, thanks for the teachings, for the knowledge, thanks for allowing me to live this amazing world that Kung-Fu is.

Amituofo !

DISCÍPULO MAURICIO VERGNANO

Como Cheguei ao Lohan

Primeiramente agradeço ao Mestre Luis Mello, nosso Shifu do Instituto Lohan, por ter me honrado com o convite para estar entre os primeiros a inaugurar o blog dos alunos. Convite este que quase recusei por hora, por ser, talvez, um dos mais novos alunos atualmente, com um pouco mais de três meses de prática, então, logo, não estaria em posição de escrever algo adequado. Entretanto, pensei que talvez possa ser interessante registrar como cheguei ao Instituto, e minha perspectiva do mesmo como budista praticante há pouco mais de um ano, até então.

Já havia visto na internet algo sobre o Lohan em 2015, nas minhas primeiras pesquisas sobre o budismo, sobre a linhagem chan/zen e sua história decorrente do Monastério Shaolin. Achei interessante o conteúdo, porém, julgando pelas apresentações teatrais nas aparições na TV, achei que não era um grupo sério, ou então que não seria acessível, em diversos níveis. Então, certo dia, mais ou menos, na metade do já passado ano de 2017, estava numa tarde no templo sotozen Busshinji, costurando meu rakusu, quando me ocorreu a necessidade de ir atrás de um caixa eletrônico. Uma colega disse que o mais próximo seria na Avenida Conselheiro Furtado, virando à esquerda de onde eu ia, andando alguns quarteirões. Jamais vim a encontrar meu banco naquela rua, mas avistei, na calçada oposta, o Templo Lohan, pela primeira vez. Então me ocorreu: Acho que estão falando sério.

Alguns meses mais tarde, tendo acabado de conseguir meu primeiro emprego, saindo do escritório de RH na São Joaquim, fui procurar o Instituto Lohan, pois, com a minha nova rotina, seria impossível manter a minha prática regular de zazen, e já estava sentindo muita falta de uma atividade física interessante (o que, para mim, significa arte marcial). Marquei minha primeira aula na sede no instituto, que seria ministrada no templo, sábado de manhã, no dia em que eu começaria no trabalho. Esta é provável que seja uma diferença com relação a alguns colegas: Eu não estava procurando uma boa escola de kung fu, wing chun, ou as demais modalidades – isto eu achei por acaso. Eu procurava um local adequado para dar a continuidade a prática zen, a escola de budismo na qual eu me encontrei, após alguns estudos e alguma insistência de prática na tradição Gelugpa, tibetana.

Isto é interessante de ser colocado pois, em três meses de treino, eu observei e ouvi histórias de algumas pessoas que não souberam se adequar à escola, que não entenderam a postura do Shifu. Talvez os falte bagagem teórica, ou experiência de vida; vivência em academia de arte marcial (eu já tendo praticado em meios diferentes, outras artes, vi com normalidade a primeira aula), ou, conforme nos transmitiu Lama Michel Rinpoche, simplesmente algumas pessoas não tem méritos para entender determinados tipos de ensinamento, reconhecer certos tipos de mestre; ao que se diz, não tem afinidade cármica. Isto, na minha opinião, reflete o quanto o Lohan é especial; o quão é diferente o que fazemos lá do que é feito em uma escola normal de wushu. Reflete, obviamente, o nosso despreparo cultural enquanto sociedade, para entender o que seria na prática adaptar as tradições milenares do kung-fu original ao nosso contexto; sem mimetismos ou deturpações, com naturalidade, espontaneidade.

Mantendo viva a tradição shaolin, o mestre não está lá para manter você na sua zona de conforto, com discursos motivacionais, adulações, sorrisos sociais… Os grandes mestres estão lá para mostrar o que está errado em você; para tirar de você o melhor desempenho, e depois o melhor ainda. O mestre verdadeiro não está lá para ter paciência com o erro, mas sim para mostrar o erro ao aluno, e fazer, este sim, cultivar paciência e retificar o erro. Em resumo, o mestre não vai a aula cultivar, para o benefício próprio, a própria virtude; o mestre vai fazer o melhor para que com que o aluno cultive as dele. É outro paradigma de atitude, que muitos ocidentais, mesmo os que se querem budistas, custam a entender; o que remete muito ao que conta a famosa Monja Coen em suas palestras; que levou nove anos para reconhecer verdadeiramente as virtudes de sua mestre, a abadessa de seu convento em Nagoya, devido ao seu próprio ego, por esta ser uma mestra de poucas palavras. Porém, aqueles que passam algum tempo extra com o Shifu e os alunos mais antigos, em alguma atividade especial, que eventualmente acontece no templo, conhece o lado bem humorado, compreensivo e amigável do mestre, em um contexto distinto da prática marcial. No final, é tudo uma questão de saber ler e realizar o comportamento adequando a cada momento da vida.

Por fim, relato que em virtude dos métodos praticados Instituto Lohan, em três meses de treino tive um ganho muscular sem precedentes para o período, sinto uma grande paz e um novo nível de profundidade de compreensão do dharma de Buda desde que tive o primeiro contato com o budismo; me sinto muito bem vindo, acolhido como membro desta grande família de kung fu, como nunca senti em qualquer outro coletivo, e tenho vivido estes dias com consciência de que são os melhores dias da minha vida, e que dias ainda melhores virão. E eu convido a todos que gostariam de entender melhor a profundidade do kung fu ancestral, e principalmente aqueles que acreditam não estarem a altura disso, a virem praticar conosco e ter a sua própria experiência neste meio hábil do caminho silencioso, que não pode ser colocado em palavras.

Com profunda gratidão e reverência ao mestre e colegas,

Leandro Koller,
São Paulo, 08 de janeiro de 2018.